A Ellah Moon não nasceu de um conto perfeito. 

Sou filha de uma linhagem que moldou couro como quem molda destino.
Quatro gerações transformando matéria bruta em calçados femininos e um império que ruiu nas mãos de quem não tinha elementos internos necessários para permanecer no topo.
A Ellah Moon nasceu da ausência, da rejeição, do desamparo, da ferida e da força que só existe em quem teve que aprender a se levantar sozinha.

Cresci no meio do couro sim, das máquinas, mas dos restos de um império que desmoronou antes mesmo de eu entender, de forma brutal, a realidade do mundo.
Herdei o talento, a sensibilidade pelas formas, o olhar clínico para o designer de peças criadas para mulheres 
mas não herdei o privilégio de um legado pronto.
Herdei o vazio, a perda , a falta ,o descaso, o desamparo e a escassez.
E foi justamente da dor que eu renasci.

Enquanto muitos seguem tradições, eu escolhi transformá-las.
Eu sou a que nasce dentro da linhagem para romper a linhagem.

A disruptiva.

A que pega o que existe ,história, memória, sombra ,
e transmuta  em algo novo, limpo, livre.

A Ellah Moon é a minha resposta ao que veio antes de mim.
É o ponto onde o karma se encerra, onde o ciclo muda, onde eu decido que a minha história,
e a das mulheres que tocarem minhas peças,
não será mais escrita pela dor.

Aqui, cada acessório é uma cura.
É um grito de liberdade.
É o retorno do poder ao corpo de quem veste.

Eu não vim para continuar o que minha família começou.
Eu vim para redefinir.
Eu vim para quebrar correntes, honrar minhas ancestrais e abrir caminhos para as mulheres que, assim como eu, carregam a força de um recomeço na alma.

A Ellah Moon é mais que uma marca.
É um renascimento.
É meu ritual de cura.

É Honrar minha avó Maria Izabel que sobreviveu enquanto pode para que eu pudesse estar aqui hoje.
É meu presente para quem escolhe vestir sua própria libertação.